Afortunados daqueles escâmeos seres que nadam em círculos na água transparente do bacio, pois não têm dentro deles a dor do sentir nem a dor do pensar, do imaginar.
São dois, os peixinhos, um negro e um laranja, de escamas coruscantes e bolhinhas saindo das boquinhas que abrem e fecham, sem nada pronunciarem. Nadam em círculos, felizes naquela ignorância de peixe de olhos esbugalhados para o nada, apenas deslizando por entre a liquidez da água fria.
Sim, acho que gostaria de ser um peixe, segura no meu líquido reduto, livre de drama, da minha própria humanidade. E nadando sempre em frente, em círculos, sempre em círculos.
(afinal foi grande a ânsia de voltar a mim)
(afinal foi grande a ânsia de voltar a mim)
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