30/06/10

Monochrome Noir - Day Nine


Se uma pessoa pode ter dois mundos, é possível que duas pessoas de mundos diferentes tenham um em comum? Hoje expliquei-te porque tinha um céu na barriga e tu falaste-me de uma das tuas longas noites. Somos diferentes, um do outro e do resto, mas eu não desisto, sabes? Assim como odeio pedir por algo, odeio desistir, e se for preciso imploro-te que fiques comigo.

29/06/10

- tu és a super mulher?
- e o que é que a super mulher faz?
- morre.

Monochrome Noir - Day Eight


Beijaste-me o pescoço com cuidado, enquanto eu te contava sobre a minha casa do Alentejo. E enquanto eu te descrevia a minha praia preferida e te dava dez razões para não gostar de praias em geral, obrigaste-me a rebolar para passares os teus dedos pela espinha. Depois, beijaste-me os ossos da bacia, e fugiste para a minha barriga. Pousaste os teus lábios nela e beijaste-a, e respiraste nela. E eu, que, por norma, não tenho cócegas, ri-me feita perdida, ri-me tanto que me ouvi a mim própria com uma pontada de loucura no riso estridente. E tu riste-te comigo, enquanto ouvias o meu coração, que, pela primeira vez, te mostrava o que eu realmente sentia.
já que o Google está tão do Principezinho hoje, achei por bem informar que o meu livro da infância foi, não esse, mas "Meu Pé de Laranja Lima", de José Mauro de Vasconcelos. além de que foi o primeiro livro com que eu chorei.

28/06/10

Monochrome Noir - Day Seven


Uma coisa engraçada é a minha constante mudança. Não tenho preferências; pelo menos não das imutáveis. Já tomei quase todas as cores como favoritas, num dia gosto de chuva e noutro fico rabugenta com ela, as músicas não me sabem ao mesmo nas diferentes alturas do dia. Posso quase dizer que sou uma pessoa diferente cada dia. Talvez isso seja o reflexo do interior da minha cabeça, e cada dia deixo transparecer uma das imensas pessoas que cá vivem dentro, quase em simbiose. São muitas, as pessoas. Umas são soturnas e outras são poços de alegria; há as intelectuais e as tapadinhas. E eu gosto de as descobrir. De me descobrir a mim.

Sintra Sintra Sintra

Monochrome Noir - Day Six


Todos temos momentos de demasiada compreensão da extensão do mundo, ou eu sou das (des)afortunadas a quem isso acontece por vezes? Como se tivessem carregado no interruptor da luz e se fizesse um clique na minha cabeça, vejo, por segundos, as coisas com tanta clareza que muitas vezes tenho de desviar o olhar. Vejo a fragilidade das ligações entre tudo o que faz parte deste mundo; vejo a perfeição com que cada detalhe foi esculpido por uma mão etérea; vejo a nitidez exagerada de todos os contornos das nuvens, das folhas das árvores, das ondas do mar. E, nesses segundos, é como se olhasse pelos binóculos de um Deus infinitamente perspicaz. Mas tudo se vai com um piscar de olhos.

(27.06.2010)

Monochrome Noir - Day Five


Sussurrei-to mil vezes enquanto dormias a meu lado, o meu rosto pousado na curva do teu pescoço e o corpo encostado às tuas costas. «Tenho frio», murmurei-te ao ouvido, perdendo um breve segundo num beijo de súplica. Mesmo a dormir, arrepiaste-te como sempre. Mas não acordaste. Murmurei as duas palavras uma e outra vez, encostando-me mais a ti numa tentativa vã de receber o calor do teu corpo. . Estavas qual cadáver, rígido e enregelado.

(26.06.2010)

Monochrome Noir - Day Four


Há um sonho que eu tenho recorrentemente, em que apareço eu, sozinha e com apenas um trapo negro sobre o corpo, no meio da montanha. A paisagem é daquelas deslumbrantes, que nos obrigam a sentirmo-nos insignificantes, e está a chover – aquela chuva impiedosa, que encharca o mundo até aos ossos. Mas tudo isto se torna numa névoa cinzenta assim que começa uma música. Não sei se lhe posso chamar música: é só o vento a soprar, vindo de um gira-discos que, nesse momento, dou conta que tenho no colo. E o soprar é tão viciante, tão sufocante que tudo o resto não importa. E imediatamente antes de a “canção” atingir o clímax – quando há aquele sentimento de ânsia com um travo a desespero –, acordo. Não antes, nem depois.

(25.06.2010)

27/06/10

Monochrome Noir - Day Three


Neste momento, sinto que apenas aquele pequeno espaço me pertence. É como se apenas ali eu fosse eu, e o mundo lá fora é assustador. Encontro nas sombras das paredes antigos companheiros de infância, de quando eu tinha medo do escuro. Sempre achei que qualquer pessoa com imaginação poderia ter medo do escuro – a minha, pelo menos, sempre correu demasiado acelerada, e eu via projectados na parede os monstros que já aí começavam a habitar as minhas entranhas. Agora, gosto de me deixar ficar na cama, pela manhã, de janela e porta fechadas, completamente mergulhada na escuridão. Acho reconfortante. Como se fosse um prelúdio do que está para vir.

(24.06.2010)

alguém recebeu uma bonita flor azul, e depois descobriu-se aquele lugar melhor de sempre (até se descobrir que tudo aquilo era um lugar com um terrível plano de sistema de rega. e choveu)

24.06.2010

23/06/10


chama-me o que quiseres, mas eu juro que me diverti a jogar isto hoje à tarde.
estou tão de férias.

Monochrome Noir - Day Two


É tudo isto que eu odeio no verão. Todo este calor abafado, a vontade de despir as roupas e correr sob um céu azul, rebolar na relva verde, acabando a nadar nua nas águas geladas de um rio de fluidez cristalina, com os peixes a morderem-me os polegares. Não suporto que o meu instinto animal bruto se torne mais indomável, não suporto sentir que estou com febre, sentir o calor entrar em mim por todos os poros. O choque térmico é demasiado, bolas, será que é assim tão difícil de entender?

Monochrome Noir - Day One


Caminhei, acompanhada por ele e pelo terrível calor de verão, pelas ruas de uma cidade deserta de grandes coisas, e, enquanto caminhava, acreditei piamente que o Homem foi feito para caminhar. Acompanhada ou não, estivesse aquele infernal calor ou não, pareceu-me naquele momento que podia caminhar para sempre. Estava empapada e exausta, meia zonza do calor e não só, e ainda assim conseguia respirar perfeitamente enquanto um pé sucedia o outro na calçada irregular. Gosto de caminhar sem destino. Gosto de caminhar a passo apressado pelas ruas mais antigas desta cidade, reparar numa camisola cinzenta perdida num estendal elevado, nas plantas que se infiltram entre as pedras das casas arcaicas. Quem não gosta de uma casa coberta de trepadeiras, daquelas que nos relembram uma infância de sonhos? Enquanto caminhava, fui-lhe mostrando mentalmente os pormenores em que eu sempre reparo. E só não os digo em voz alta muitas vezes porque sei que não importa.

(de ontem)

ontem foi tarde de vingar os 66 dias que estive abstinente.
foi da rasca, mas soube bem.

19/06/10

hoje vou conseguir estudar 12 horas. WOW, vou conseguir passar metade do meu dia inteiro a estudar, que orgulho. a verdade é que o meu cérebro já está a escorrer pela orelha e estou obviamente a aparvalhar e isto vai ser apagado quando a minha sanidade mental voltar
Um aviso, a quem quer que leia este blog: a partir de dia 22 isto vai passar a ser muito mais meu (de novo (?)).

13/06/10

e talvez venha daí um cabelo curtinho, mas com muito muito medo.
este vai ser um verão de monochrome noir.

11/06/10







a minha querida SuperSampler continua a dar-me muito amor,
e agora arranjei uma queridinha kodak pequenina para haver mais amor por aqui

10/06/10

só uma coisa, eu paguei para aturar idiotas, hoje ?

por falar em coisas degradantes, eu juro que um dia mato alguém se continuar a ouvir aquela música nojenta do feeling com a frequência que ando a ouvir, contra a minha vontade
Top 5 das coisas que gosto de observar numa pessoa (fisicamente):
1. Ossos (aqueles perto do pescoço & os da bacia)
2. Barbas
3. Costas
4. Sardas
5. Sorrisos

09/06/10

ahah, isto tem piada, eu a fazer propaganda do blog cocó que fiz para filosofia, mas aqui fica: http://slowmovement11b.blogspot.com

07/06/10


e pensar que dentro de pouco mais de um dia começo o meu super estágio pré-exames?

e obrigado, daniel, por te intrometeres nas fotos, és realmente um amor, pffff.

06/06/10

estou oficialmente em desespero por um/uma modelo fotográfico/a
é de pessoa fraca depender tanto de alguém para preencher os buracos, em vez de procurar enchê-los por si própria. sempre achei isso, sabes? sempre me achei superior por fugir disso, por afastar a maior parte das pessoas que me rodeia. e depois pronto, lixaste-me. vieste e lixaste tudo, fizeste com que eu quisesse ser das pessoas fraquinhas que precisam e têm conforto em outros, que se dão. e tu sabes que me é difícil ser assim, eu sou das contradições e, por isso, sou fraca & forte, e não me sei dar. só sei dar pequeninos cartões com uma ou duas frases impressas, um diferente a cada pessoa. como um puzzle cujas peças estão espalhadas pelo mundo. mas quero-te. e, por ti, quero até ser fraca. terrível! sou patética, baaaah.

05/06/10

gasto e/ou poupança da água semi-fresca
(e tu sabes do que eu falo, que até já risquei da super lista das 100 coisas)

02/06/10


e há sempre o aparvalhanço

boas visitas de estudo ao Caramulo e afins,
ver rochas, dançar em bancos e molhar os pés no rio.

e um obrigado à diana por algumas fotos