28/06/10

Monochrome Noir - Day Four


Há um sonho que eu tenho recorrentemente, em que apareço eu, sozinha e com apenas um trapo negro sobre o corpo, no meio da montanha. A paisagem é daquelas deslumbrantes, que nos obrigam a sentirmo-nos insignificantes, e está a chover – aquela chuva impiedosa, que encharca o mundo até aos ossos. Mas tudo isto se torna numa névoa cinzenta assim que começa uma música. Não sei se lhe posso chamar música: é só o vento a soprar, vindo de um gira-discos que, nesse momento, dou conta que tenho no colo. E o soprar é tão viciante, tão sufocante que tudo o resto não importa. E imediatamente antes de a “canção” atingir o clímax – quando há aquele sentimento de ânsia com um travo a desespero –, acordo. Não antes, nem depois.

(25.06.2010)

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