29/09/10

isto não devia estar a acontecer. nada disto

(salva-me)

26/09/10

(III)

(II)


(I)


bicheza ao sábado (aka "go C!")

nicolau, foste um bom betta por quase 10 meses. descansa em paz no teu vaso da varanda

23/09/10

engasgo-me com o coração que trago na boca

não podia estar mais farta de tudo

14/09/10

eu devia acabar de postar o monochrome, devia deixar de ser preguiçosa, devia deixar de fazer rodinhas nas primeiras folhas dos cadernos equanto não ouço as apresentações parvas, devia acreditar na competência dos novos professores, devia tentar ser simpática para os novos colegas, devia tentar descobrir alguma utilidade naquilo que vou estudar e seguir, devia começar a concentrar-me, devia deitar-me cedo e devia deixar de pensar em ti a todo o momento, mas olha, não me apetece.

11/09/10

Monochrome Noir - Day Sixty-Three


Hoje vou deixar-me rastejar para um canto, para um buraco longe deste mundo que me afecta demasiado, e desaparecer um pouco. Vou fugir de mim a noite toda, engolir o barulho que quero soltar em gritos medonhos e tentar respirar. Sei que, se fechar os olhos, vou ver um turbilhão de imagens tuas, desfilando a uma velocidade tão frenética que me vai ser impossível focar uma que seja. Vou acabar por fazê-lo e a saudade que não entendes vai sufocar-me. Tenho medo de morrer esta noite, meu amor. Tu estás longe de todas as maneiras possíveis & não me deixaste a chave para eu fechar a porta que abriste em mim e que me expõe ao mundo. Vomitarei todo o meu amor por ti no chão do meu buraco e afogar-me-ei nele. Estou perdida; os meus olhos só vêem aquele desfilar monocromático do teu corpo, o meu nariz está entupido pela lembrança do teu cheiro, ouço um coro de milhares de vozes tuas que me chamam para o fundo mais negro do meu buraco que eu pensava ser seguro. Nas mãos tenho a dureza do teu peito e nos lábios um resto do teu sabor. Tenho medo de morrer hoje.

(23.08.2010)

Monochrome Noir - Day Sixty-Two


Entrou decidida na casa de banho, com o queixo erguido o mais alto que as suas formas lhe permitiam. O seu olhar contava com um brilho de determinação e coragem. Com movimentos rápidos e bruscos, tirou toda a roupa que tinha no corpo. A sua respiração criava pequenas nuvenzinhas que lhe beijavam os lábios. Desde quando tinha ficado tanto frio? Enfiou-se debaixo do jorro de água fria que saía do chuveiro enferrujado e deixou que os arrepios gelados a consumissem. Não se secou. Deixando atrás de si um rasto de poças de água, caminhou com a mesma determinação até ao quarto dos pais e olhou-se no grande espelho, o maior da casa. Perdeu a força das pernas e afundou-se numa piscina do seu próprio vómito.

(22.08.2010)

Monochrome Noir - Day Sixty-One


Tu disseste-me que as minhas pernas eram bonitas e eu, embora tivesse claro na minha mente que o que murmuravas não podia nunca ser verdade, sonhei-te cego o suficiente para acreditares realmente nas palavras que te saíam dos lábios. Pousaste as mãos nas minhas portuguesas ancas e beijaste-me o pescoço, e eu respirei o teu cheiro, tão apetecível. E, por breves segundos, quase acreditei também eu na mentira que dizias.

(21.08.2010)

Monochrome Noir - Day Sixty


Mergulho, e as bolhas de ar acariciam-me a pele fria do contacto com a água. Sabe-me bem fluir por aquele líquido refrescante; é quase purificante. Como se deixasse os problemas à tona da água, para serem levados pela corrente. Para longe. É, de certa forma, a minha maneira de lavar as camadas de podridão do mundo que se acumulam sobre a pele. Os insultos, a mesquinhez e maldade, tudo isso se desvanece. E saio da água com menos uns quilos sobre os ombros.

(20.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty-Nine


As sombras reinam no quarto, subjugando quem quer que lá entre. São tantas, e disformes. Nascem das rachas das paredes e das esquinas escuras e passeiam-se por todo o lado, quase querendo tornar-se tridimensionais. E talvez se tornem mesmo, talvez saiam das paredes e tecto e chão quando ninguém está a olhar. Acredito até que, quando corpóreas, dancem alguma dança macabra no meio do quarto. Talvez seja assim que me chama a elas.

(19.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty-Eight


As minhas linhas são em espiral, e as tuas uma espécie de onda convexa. Eu acho fascinante que não haja duas iguais, que as pessoas possam ser identificadas pelos tracinhos que têm na ponta dos dedos. É algo tão pequenino, quase invisível, e, no entanto, de tanta importância. A mim, parecem-me quase mini-labirintos.

(18.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty-Seven


Hei-de sempre admirar a perfeição das coisas pequenas, e há-de sempre custar-me tê-las na mão. Manuseá-las com extremo cuidado, para não se partirem; para não estragar a sua beleza. Quando as seguro com demasiada fora, quando quebro um pedaço ou deixo algum tipo de marca, há algo dentro de mim que se torce e contorce. A arma de destruição maciça em mim. E, às vezes, ela sonha com algo maior para manchar, mas eu ainda tenho algum controlo sobre mim.

(17.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty-Six


Um golo. Calorzinho na garganta. Outro golo. Um calorzinho no estômago. E vão três. A ideia aliciante de flutuar para um diferente estado de consciência onde tudo é aparentemente mais fácil. Quatro golos. Já estou presa. Vai outro copo. Mais outro. Às tantas já não sei quantos foram, meto à boca tudo quanto for bebível. «Tem calma». Calma o tanas! Amanhã de pouco me lembrarei, deixem-me só hoje descansar um pouco da minha consciência.

(16.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty-Five


Segurei a morte na palma da mão, com cuidado extremo para não a acordar. Senti-lhe o cheiro e o paladar, passei-lhe os dedos pela forma indistinta e incorpórea. Quando atirei ao chão o corpo vazio possuído por ela, de repente, num assomo de consciência, era já tarde demais. Já ela me tinha cheirado, saboreado e sentido, já me tinha reconhecido, e, qual cão de caça, agora seguir-me-ia para todo o lado. E, quando fosse a hora, saberia onde encontrar-me. Já não lhe podia fugir.

(15.08.2010)
estou a um milímetro de desistir de tudo o que me torna eu

06/09/10


guardei o teu cheiro na ponta dos dedos

au revoir, quarto bloco (já fomos mais coloridos, não já?)

Monochrome Noir - Day Fifty-Four


Como é o mundo que vês nos meus olhos? É o mundo real, o meu mundo, o teu mundo, o outro? Ou uma mistura de todos? Vês todos os monstros de lama entranhada na pelagem negra e suja, os rios de lodo viscoso, os céus negros como aquando os incêndios, misturados desregradamente com céus púrpura, elefantes flutuantes de cores vibrantes, frigoríficos em amena cavaqueira nos prados de um verde intenso? Vês a confusão em mim? Ou vês o nada que já foi? Pergunto-te: quando me encontraste abandonada no meio da rua, viste o nada que tomava conta de mim?

(14.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty-Three


A minha imaginação corre veloz, livremente, qual gato vadio num telhado. Uma imagem, mil histórias feitas na cabeça; algumas tão depressa aparecem como desaparecem, mas de outras lembro-me durante dias. As rochas lembraram-me de dois amantes (vês o que me fazes?). A maior, o perfil de um homem; possante, dominante, segurando a segunda rocha, o perfil da mulher, frágil, pequena. De narizes tocando um no outro. Um quase-beijo que nunca evoluirá.

(13.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty-Two


Um dia hás-de passear pela floresta com os teus descendentes. Eu não tenho o poder de ver o futuro, não te posso dizer de quem mais será essa horda de crianças. Porém, dou-me ao pequeno prazer de imaginar que, numa pequena excursão à floresta, uma delas se arranha nas silvas e que da ferida aberta verte sangue. Tentando que não desate num berreiro – agora vejo que, nesse “sonhos”, as crianças não são minhas, pois, se fossem, não chorariam com um arranhãozito -, limpas-lhe o sangue com os dedos, murmurando um «Não foi nada». E depois vês as amoras que nascem nas silvas, e lembras-te de mim.

(12.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty-One


Dedos ágeis mas trémulos percorrem tecido grosseiro, adivinhando a doce pele que se esconde por baixo dele. Encontram botões, desapertam-nos – ultrapassam os obstáculos que se interpõem entre eles e o prometido presente. Um rumor de saias esvoaçando, as risadinhas das impuras virgens que viviam nos tempos de outrora. Pele sobre pele, at last.

(11.08.2010)

Monochrome Noir - Day Fifty


Sonolência ao amanhecer. Sob a ténue luz que entra por entre as cortinas adivinham-se bocejos e pedidos calados para mais um pouco de sono solto. Os lençóis enrodilham-se em volta das pernas, como uma confortável prisão, de quem ninguém quer fugir. Cheira a pão acabado de fazer e a framboesas frescas, por cima do ténue odor a suor libertado nessa noite quente. O despertador toca, estridente, irritante, pedindo para ser atira à parede num acesso de fúria irracional. A custo, apoio os pés no chão e enfrento o novo dia.

(10.08.2010)

Monochrome Noir - Day Forty-Nine


Chama-me de louca, vá, mas eu nunca tive medo desses pequenos animais saltitantes ou rastejantes, mesmo que alguns de pequeno não tenham nada. Lembro-me de ser novinha e ser chamada de “freak dos animais”, exactamente por mexer nesses bichinhos que repeliam toda a gente – insectos, especialmente. Se for uma borboleta, é unânime a reacção entre as pessoas: «Oh, que bonita!». Já se for um gafanhoto, essas mesmas pessoas encolhem-se e afastam-se, incapazes de reparar na beleza das cores das “asas” de alguns, que apenas se vêem quando eles saltam. E são harmoniosos, mas, como sempre, a gente tacanha só vê o que está à frente dos olhos.

(09.08.2010)

03/09/10


eu tentei sentir-me bonita ontem. juro que tentei

Monochrome Noir - Day Forty-Eight


Talvez num universo paralelo eu tenha nascido bonita. Crescido a sentir os olhares das pessoas nas minhas costas, cada um entrando em mim para construir aquilo a que se chama de ego. Se calhar, neste momento, o meu eu alternativo desse mundo esteja a rebolar numa cama de lençóis engomados, enrolada no corpo de um rapaz sem rosto. Ou com uma rapariga, quem sabe como são as coisas nesse mundo que desconhecemos? Talvez eu nem exista de todo. Não me posso é perdoar por ter agora ponderado, por um mero segundo, se não seria melhor se eu não existisse.

(08.08.2010)

Monochrome Noir - Day Forty-Seven


A cegueira é um mal comum deste século. Como se tivessem começado a fabricar bebés com uma película semi-baça à volta de todo o globo ocular, ocultando meio mundo. E com meio mundo quero dizer, como é óbvio, muitas das coisas mais importantes, todo um universo de sentimentos que cada ser sente individualmente e de maneira diferente. Está bem, os sentimentos não se vêem, mas eu acho que tudo tem um pouco a ver com os olhos. Não sei explicar. É como se os olhos fossem o portão, ou coisa parecida. Mas claro que a cegueira de que falava não é exclusivamente a cegueira visual, mas também a cegueira auditiva e todas as outras, a cegueira espiritual em especial. E quem nasceu com os olhos sãos, quem se safou da tal película de uma forma ainda desconhecida… São esses que são considerados os anormais.

(07.08.2010)

Monochrome Noir - Day Forty-Six


Ele não a conhecia. Não via as horas que ela passava sentada à secretária, de olhos fechados, num vazio total. Não sabia do seu lugar preferido, aquele recanto no fundo da cozinha, sobre os azulejos gelados e junto ao cesto da roupa suja, que conseguia reflectir a luz da maneira mais bonita que ela já conhecera. Não lia as folhas soltas que guardava num pequeno baú debaixo da cama, fechado a sete chaves. Não ouvia as vozes na sua cabeça, nem tampouco sabia que existiam. Não reconhecia o seu toque entre mil, nem o seu cheiro lhe lembrava os campos verdes dos sonhos. Dizia-a sua, mas era como se fosse uma estranha.

(06.08.2010)

Monochrome Noir - Day Forty-Five


Sentei-me no telhado um pouco a medo, com toda a circunspecção que um telhado de um terceiro andar (e meio) deve despertar numa pessoa sã. Descobrira há não muito tempo que ainda tinha muito para viver, já não era capaz de saltar pelo telhado sem medo de cair e esborrachar-me nas pedras do chão, lá em baixo. Como seria se uma criancinha visse o meu corpo desfigurado, tentando infiltrar-se na terra? Mancharia uma outra vida, não pode ser. Respirei fundo quando a enxurrada de pensamentos macabros acabou de passar pela minha mente, também ela com bastantes laivos tétricos. Olhei o Sol a afundar-se no horizonte, pintando o céu de uma insuportável tonalidade encarnada. Lembrou-me uma senhora qualquer que vi na televisão, que corava muito. Quantos litros de sangue temos no corpo?

(05.08.2010)

Monochrome Noir - Day Forty-Four


As pessoas de todo o mundo matam diariamente algum bicho. É uma verdade pura. Venham os defensores dos animais dizer que nunca eram capazes de fazer mal a um bichinho fofinho e eu digo que até a dormir os matam. A culpa não é nossa – é uma questão de dimensões. Se existissem seres com 100 metros de altura a caminhar entre nós, obviamente que haveria esborrachamentos de seres humanos todos os dias. E não é que façamos por mal (okay, há quem faça, mas adiante), porém, nem nos importamos. As coisas pequenas são-nos tão insignificantes que até mete impressão.

(04.08.2010)

01/09/10

Monochrome Noir - Day Forty-Three


Há uma louca dentro de mim. É uma das muitas pessoas que cá vivem, algumas das quais nem sequer conheço – ainda. A louca é barulhenta. Gosta de me lembrar que está ali, com gritos ensurdecedores. Como se eu me esquecesse. Às vezes, ela toma conta de mim; e quando me deixa de novo entregue a mim própria, eu lembro-me de fazer coisas inexplicáveis, de que me arrependo. Mas não, ela não é a desculpa para os meus erros. Muitas vezes – a maior parte delas -, sou eu própria a dizer as maiores merdas.

(03.08.2010)

Monochrome Noir - Day Forty-Two


Apareceu-me um fauno em sonhos, proclamando ser o senhor dos oceanos. Fez-me voar sobre os mares de todo o mundo para o provar, maravilhando-me com os recantos mais escondidos e impressionantes. Mergulhámos nas profundezas sem nos molharmos, vimos peixes a servir de candeeiros e animais a enfeitar jardins de flores. No fim da demanda, ele pediu-me que guardasse silêncio e depositou um beijo com sabor a sal nos meus lábios, para selar a promessa. Perdi a minha voz – notei-o quando acordei. A partir de então, a minha voz passou a ser a escrita.

(02.08.2010)

Monochrome Noir - Day Forty-One


Uma noiva aguardava, paciente, na borda do mais alto penhasco da região. Lá em baixo, as ondas lambiam lascivamente a rocha, com um murmúrio incompreensível. Aparentemente, a mulher-divindade percebia o cantar da água, porque respondia com um gorgolejar implacável. Toda ela estava em frenesi, no seu vestido branco-pérola; a bainha estava manchada de sangue escarlate. Seria seu? Chamaram-na debalde. O seu rosto ebúrneo não se virou; continuou fitando o ondular naquele estado hipnótico em que se encontrava. Uma gaivota rasgou o céu e grasnou. Como à espera desse sinal, a noiva mergulhou. As ondas coraram de vergonha.

(01.08.2010)

Monochrome Noir - Day Forty


O Bob Dylan cantava zangado nos phones, e eu não ouvia o doce som dos meus pés a pisar as folhas secas que cobriam o chão. As ramagens semi-nuas entrelaçavam-se em cúpula sobre as cabeças dos seres da floresta, protegendo-os ou privando-os dos elementos atmosféricos. Ao desviar-me do trilho traçado no chão, dei de caras com um homem. Alto, em boa forma, de feições comuns. Nu. Corria em círculos apertados com uma familiar expressão no rosto. Familiar, mas que não reconheci de imediato. Aclarei a garganta, dando a conhecer a minha presença. Vi a boca dele mexer, mas não percebi o que dizia. Apaguei o Bob Dylan e escutei. E o homem ladrou, ofegante: «Não consigo apanhar o meu rabo!»

(31.07.2010)

Monochrome Noir - Day Thirty-Nine


Os homens pensam que é brincando aos deuses que se aproximam da perfeição. Enganam-se; os deuses são imperfeitos nessa sua chamada “perfeição” – uns perdoam assassinos, outros criam assassinos, terceiros nem chegam a consenso nos seus impensáveis concílios. Não, seu humano burro, mais valia tentares parecer uma barata, que dizem que, elas sim, são milagrosos organismos. Resistentes, fortes. Deixa de construir escadas para o céu, de tentar habitar as nuvens, pois devias era rastejar na dura terra, pôr os teus ovos na imundície e deixar essa arrogância nojenta.

(30.07.2010)

Monochrome Noir - Day Thirty-Eight


Vi um minúsculo ser com enormes chifres passeando-se pela curva das tuas costas, como se fosse rei e senhor daquele corpo que eu reclamo como minha posse. Pus um pé à frente do outro até chegar ao perímetro onde aquele perfume criado exclusivamente para ti era já tão poderoso que lhe quase não conseguia resistir. Tentei não respirar, aproximei-me mais, olhei o bicho de perto. Dei um salto para trás, acompanhando a imagem de filme com um grito digno da melhor película de terror. Saíste do transe em que fitavas a espelhada água do rio e olhaste-me com um ponto de interrogação impresso entre as sobrancelhas. Não te disse que o pequeno demónio tinha a minha cara. Em vez disso, beijei-te a testa.

(29.07.2010)

Monochrome Noir - Day Thirty-Seven


O vento bateu de mansinho na porta e entrou sem uma palavra minha. Envolveu-me num rodopio de ar livre e dançámos ao som da chuva, lá fora. Era o céu que chorava, porque eu roubara o seu amante (o vento). Amámo-nos sobre a desfiada carpete da sala, em frente às bruxuleantes chamas da lareira, porque o toque dele era gelado. Arrepiei-me ao compasso do tiquetaquear do antique relógio de cuco. E depois ele passou pelo caderno que eu esquecera no topo da mesa, cheirou um pouco desse meu mundo, houve um esfolhaçar e eu murmurei um adeus desajeitado e já atrasado.

(28.07.2010)
quero fugir daqui, estou cansada das facadas