11/09/10

Monochrome Noir - Day Fifty-Five


Segurei a morte na palma da mão, com cuidado extremo para não a acordar. Senti-lhe o cheiro e o paladar, passei-lhe os dedos pela forma indistinta e incorpórea. Quando atirei ao chão o corpo vazio possuído por ela, de repente, num assomo de consciência, era já tarde demais. Já ela me tinha cheirado, saboreado e sentido, já me tinha reconhecido, e, qual cão de caça, agora seguir-me-ia para todo o lado. E, quando fosse a hora, saberia onde encontrar-me. Já não lhe podia fugir.

(15.08.2010)

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