24/08/10

Monochrome Noir - Day Thirty-One


O meu corpo enclausura o que eu agora penso ser uma alma de felino. Fugidia, perspicaz, independente, fria, astuta, calculista. Só isso explica a minha vontade de deslizar silenciosamente pelos telhados, de subir a muros escorregadios, de eriçar o pêlo quando encontro um estranho. De atacar, de fugir a correr. E de observar o mundo com grandes olhos de gato, escondida num lugar seguro e com óptima vista. Tenho, sem dúvida, a alma de um gato, ou de um lince. Talvez a metamorfose se dê – quem sabe? Mas a alma já ninguém ma tira.

(22.07.2010)

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